Arquitetura
A base da arquitetura indígena são as ocas, que são erguidas com varas e cobertas com palhas ou folhas. A união de 4 a 10 ocas é chamada de taba ou aldeia. No centro da aldeia fica a ocara (praça), em que se reúnem os conselheiros e realizam-se as festas. Dessa praça partem trilhas chamadas pucu que levam à roça e ao bosque.
Arte utilitária
A beleza indígena consiste na noção de que o objeto deve ser mais perfeito na sua execução do que sua utilidade exigiria.
Outro aspecto característico da arte indígena é o fato de que esta representa as tradições da comunidade, de cada tribo, e não de cada indivíduo separadamente.
O período pré-cabralino: a fase Marajoara e a cultura Santarém
A Ilha de Marajó foi habitada por vários povos desde 1100 a.C. Esses povos foram divididos em cinco fases arqueológicas:
A fase Marajoara
A cerâmica era a produção mais característica desses povos. Sua aplicação engloba a produção de vasos de uso doméstico, que eram mais simples, e vasos cerimoniais e funerários, que apresentavam uma decoração mais elaborada e uma pintura policromática.
As estatuetas cerâmicas marajoaras reproduzem as formas humanas de forma estilizada, já que a intenção não era representar fielmente a realidade.
A fase Marajoara sofreu um declínio e, em 1350, desapareceu expulsa ou absorvida por outros povos que chegaram à Ilha de Marajó.
Cultura Santarém
Vasos de cerâmica:pode ser caracterizado com vaso cerimonial ou funerário, pelo fato de possuir uma decoração elaborada, resultante da pintura bicromática ou policromática de desenhos feitos com incisões na cerâmica e de desenhos em relevo.
Não existe divisão dos povos que, ao longo do tempo, habitaram a região próxima à junção do Rio Tapajós com o Amazonas. Todos os vestígios culturais ali encontrados foram classificados como pertencentes a um processo cultural denominado "cultura Santarém".
A cerâmica santarena apresenta pinturas, desenhos e ornamentos em relevo com figuras de seres humanos ou animais. Um dos recursos ornamentais mais característicos da cerâmica de Santarém é a presença de cariátides, isto é, figuras humanas que apóiam a parte superior de um vaso
As estatuetas santarenas apresentam maior realismo, pois reproduzem mais fielmente os seres humanos ou animais que representam.
No século XVII, os povos colonizadores impuseram sua cultura, costumes e sua arte, fazendo com que essa arte tão rica desaparecesse.
As culturas indígenas
Existem duas modalidades gerais de culturas indígenas:
-silvícolas, que vivem nas áreas florestais, possuem moradia fixa e têm agricultura e atividades de caça e pesca bem desenvolvidas. Produzem cerâmica, tecelagem e trançado de cestos e balaios;
-campineiros, que vivem nos cerrados e nas savanas e possuem uma agricultura menos variada e uma arte menos diversificada. Produzem esteiras e cestos trançados.
Além da produção de artefatos úteis, cuja matéria-prima são materiais naturais, a arte indígena se destaca pela arte plumária e pela pintura corporal.
A arte do trançado e da tecelagem
A partir de matérias‑primas como folhas, palmas, cipós, talas e fibras, os índios produzem uma grande variedade de cestos, abanos e redes, através da arte de trançar e tecer.
Cerâmica
vasos de cerâmica:pode ser caracterizado como vaso de uso doméstico, pelo fato de ser mais simples e não apresentar decorada.
Vasos de cerâmica:pode ser caracterizado com vaso cerimonial ou funerário, pelo fato de possuir uma decoração elaborada, resultante da pintura bicromática ou policromática de desenhos feitos com incisões na cerâmica e de desenhos em relevo.
As peças de cerâmica testemunham costumes dos diferentes povos índios. Alguns exemplos são as urnas funerárias lavradas e pintadas de Marajó e a cerâmica decorada com desenhos impressos por incisão dos Kadiwéu.
Plumária
Arte plumária:É uma forma de comunicação, de linguagem. Usado em ritos e cerimônias
Arte plumária:é feita exclusivamente pelos homens, que obedecem a um ritual de caça, coleta, separação, tingimento, corte, amarração da matéria-prima, afim de dar uma forma específica a ela. É uma forma de comunicação, de linguagem. Usado em ritos e cerimônias. Representa mensagens sobre sexo, idade, filiação (clã), posição social, importância cerimonial, cargo político e grau de prestígio dos seus portadores e possuidores.
Arte plumária - vestimentas enfeitadas de plumas, são utilizadas em ocasiões especiais como os ritos. Na Arte indígena o uso das plumas é dado tanto na colagem de penas no corpo como para confecção e decoração de artefatos.
A arte plumária tem como objetivo apenas a produção de objetos belos, mas sem fins utilitários. São eles mantos, máscaras e cocares, que oferecem aos seus portadores elegância e majestuosidade.
O cocar indica a posição de chefe dentro do grupo e simboliza a própria ordenação da vida em uma aldeia. Os cocares possuem uma disposição em arco que remete à ligação entre o presente e o passado. As cores são determinadas pela função de cada indivíduo na aldeia. Assim, a cor mais forte (vermelho) representa a casa dos homens, em que eles se reúnem diariamente para discutir caçadas, guerras, rituais e confeccionar adornos. Já a cor amarela refere-se às casas e às roças, em que as mulheres pintam os corpos de suas famílias e plantam, colhem e preparam os alimentos. A cor verde simboliza as matas, que protegem a aldeia e servem como morada para os mortos.
As tribos dos cerrados fazem trabalhos majestosos e grandes, como os diademas dos índios Bororo ou os adornos de corpo, dos Kayapó.
As tribos silvícolas como a dos Munduruku e dos Kaapor fazem peças mais delicadas, sobre faixas de tecidos de algodão, cuja preocupação principal é com o colorido e com a combinação dos matizes.
Máscaras
Máscaras: Elas são feitas com troncos de árvores, cabaças e palhas de buriti e são usadas geralmente em danças cerimoniais.
Máscara: feita de cabaça e palha de buritie são usadas em danças cerimoniais.
Máscara: feita de cabaça.
As máscaras, apesar de serem produzidas por homens comuns, são a figura viva do ser sobrenatural que representam. Os materiais utilizados para a produção dessas máscaras são troncos de árvores, cabaças e palhas de buriti.
A pintura corporal
Pintura corporal-a cor mais utilizada pelos índios é o vermelho do urucum e o negro esverdeado da tintura do suco de jenipapo. A escolha dessa cor se deve ao esforço de transmitir ao corpo a alegria contidas nas cores vivas e intensas.
Pintura corporal-retrata o sentimento desse povo. Pintam o corpo para enfeitá-lo, para defendê-lo do sol, dos insetos e, também dos maus espíritos. As tintas são preparadas por eles e as cores têm a ver com o estado de espírito. Sendo assim as pinturas dão recados.
As cores mais usadas pelos índios para pintar seus corpos são o vermelho vivo do urucum, o negro esverdeado da tintura do suco do jenipapo e o branco da tabatinga. O gosto pela pintura corporal está associado ao esforço de transmitir ao corpo a alegria contida nas cores vivas e intensas.
Os indígenas pintam o corpo com o objetivo de enfeitá-lo e de defendê-lo contra o sol, os insetos e os espíritos maus. Além disso, a pintura corporal é um meio de expressar os sentimentos dos indígenas e de identificar a tribo e a família às quais eles pertencem. A qualidade da pintura influenciaria na sorte em caçadas, guerras e viagens. Nas festas e nos combates, a pintura corporal realizada é mais requintada. A tarefa de pintar os corpos da família cabe às mulheres.
Os Kadiwéu apresentam uma pintura corporal mais elaborada, com desenhos geométricos, complexos e que revelam equilíbrio e beleza. Os primeiros registros dessa pintura datam de 1560.